E o barco da liberdade chegou ao
porto naquela madrugada de abril. O tempo estava calmo. Ela desembarcou
serenamente e aos poucos instalou-se em todo o porto.
A caminho vinha também a democracia.
Todos esperavam por ela no porto silencioso. Não houve tumultos. Não houve
correrias. Apenas os curiosos e os mais conservadores regiram a esse
desembarque. Não troaram os canhões, não dispararam as armas. O povo estava
pacífico.
Pelas ruas que iam dar ao porto,
distribuíram-se simbolicamente cravos em nome desse desembarque histórico. Os
homens fardados distribuíam sorrisos e faziam gestos de vitória. Nas armas
silenciosas, viam-se os cravos que alguém lá tinha posto em nome da liberdade.
Junto ao porto, à beira mar, muitos
celebraram a chegada dos novos embaixadores. Os carros de combate simplesmente
serviam de decoro na praça imensa. Não houve intimidações. Apenas abraços e
vivas de vitória em nome de Portugal. Em nome dos portugueses livres
finalmente.
Naquele dia de abril, ancorou a
liberdade e a democracia no porto português.
Professor Luís Ferreira
(imagem
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