Opinião
de Carla Gregório
Li este
livro para tentar sair da ressaca literária em que estava – é o que eu chamo
quando não tenho vontade de ler nada – e encontrei-o muito bem estacionado numa
prateleira da Biblioteca da Escola. Tinham-me dito que era um regresso aos
tempos do Código Da Vinci e do Anjos e Demónios do mesmo autor. Não
acreditei muito, já que depois desses dois grandes êxitos, o autor, para mim,
tinha entrado em declínio.
Enchi-me
de coragem e levei-o para casa. Duas tardes foram suficientes para o ler. Mal
entrei na história, não consegui parar. Tudo se passa em 24 horas,
Robert Langdon acorda num hospital, com amnésia e sonhos horríveis, alguém
tenta matá-lo e ele quer saber porquê. A partir deste ponto, tudo se sucede a
um ritmo vertiginoso, entramos no mundo de Dante, da arte, da história e das
localidades italianas por onde vai passando. Em simultâneo, temos uma passagem
pelos problemas da sociedade atual, do avanço tecnológico e das organizações
legitimadas (como a OMS) e clandestinas.
Do meu
ponto de vista, é um livro muito acessível: a ordem dos acontecimentos está,
maioritariamente, por ordem cronológica; a ação é rápida, está sempre a
acontecer algo de novo; a linguagem utilizada não constitui obstáculo; a
informação histórica, artística e arquitectónica, que, para mim, é o que de
mais precioso tem, foi colocada de forma muito clara e os elementos necessários
à compreensão da história são recordados várias vezes. Como eu li o livro
rapidamente, esse recordar foi o que menos gostei, mas compreendo que alguém,
com um ritmo de leitura mais lento, goste dessa atenção. Se eu lesse poucas
páginas e fizesse intervalos muito grandes na leitura, precisaria de uma
atualização para lembrar o que estava para trás. Pois é isso mesmo o que
acontece.
O Inferno de Dan Brown é um livro para
quem gosta de policiais, ações rápidas, ou que goste de ler acerca de locais de
interesse histórico, para os curiosos de arte e, sobretudo, para quem precisa
de um livro para passar o tempo.
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